As constelações mudaram o meu passado

 

Versão antes das constelações:

EU sou Sheila de Castro Querido filha de Wilson Dias Querido e Januária Benedita de Castro Querido.

Os pais do meu pai

Meu Pai filho de Amélia Dias Querido e José Benedito Querido, mais conhecido por Querido Velho, a história do meu avô paterno dá um capítulo à parte.

Papai, um rapaz dedicado gostava muito de sua mãe, não escondia, na verdade que ele amava a sua mãe que chamava de Mélinha.  Seu pai era mulato e sua mãe brasileira quase portuguesa , sua família veio de Portugal, da Ilha da Madeira, nasceu poucos anos depois que sua família Chegou em São José dos Campos/SP, Meu avô era neto de escravos, da fazenda de Redenção da Serra, hoje uma cidade localizada na região do Vale doa Paraíba paulista, mas na época era um arraiá da cidade de Taubaté.

Meu pai

Meu pai era,  o quinto filho de sete irmãos, moreno do cabelo ondeado, e de olhas cor de mel, que quando ficava nervoso, seus olhos esverdeavam e brilhavam como uma esmeralda, um privilégio só dele na família toda, estudou pouco, começou trabalhar cedo para ajudar a mãe que trabalhava em tecelagens, seu pai tinha um bom trabalho, na central do Brasil, porem gastava com bebida e mulheres e pouco sobrava para prover a família. Sempre defendia sua mãe quanto as questões de seu pai.

Apaixonado por mulheres, mulheres negras, sim ele só teve namoradas negras.

Os pais da minha mãe

Vamos lá para parte da minha Mãe!

Minha mãe filha de Maria do Carmo Candida de Castro, depois que ela faleceu vimos uns 3 registros com nomes diferentes,  Maria do Carmo Paulino de Castro, Maria Candido, entre outros nomes, talvez pelo motivo dela ter sido adotada, seu pai ter oferecido para adoção aos 10 anos quando a sua mãe morreu; passou a vida toda desejando ver seu pai novamente e seus irmãos que nunca mais viu. Mas por sorte dela foi adotada por uma senhora Chamada Januária, sim o mesmo nome da minha mãe. e Junto de seu marido, acho que o nome dele é José também (dureza não saber os nomes das pessoas importantes do nosso sistema familiar). Januária que cuidou amorosamente da minha avó se tornou minha bisavó de verdade, pois ela gostava tanto da minha avó Maria que casou ela com um de seus filhos o Rapaz José Bendito Paulino de Castro, magro esguio, tinha um bigodinho fininho, desses que a rapaziada da atualidade gosta de exibir, galanteador, era sanfoneiro e animava bailes como ninguém, tinha uma jeito peculiar de fazer isso, gostava de sair do palco e dançar com sua sanfona no meio dos casais que dançavam animadamente as músicas que tocava.

Minha mãe

Minha mãe nasceu em 49,  a nona filha de 10 irmãos e no ano de 51 seu pai, aquele homem animado de 42 anos, que já tinha 9 filho, alguns netos; e uma filha que estava pra nascer na barriga da minha avó . ele morreu devido uma explosão na Empresa de produtos Bélicos (explosivos) quando minha mãe não tinha completado 2 anos ainda. Minha avó com 9 filhos e uma na barriga ficou viúva aos 35 anos.

Esse fato deixou uma dor muito grande em minha mãe. Essa orfandade lhe custou muito. E O amor e admiração pela minha avó era algo sem medidas.

Minha mãe cresceu uma menina sensível, com doenças presentes em seu corpo desde de pequena, desde muito cedo queria namorar, ela foi criada junto de irmãs mais velhas , que saiam para namorar, dançar e ir ao cinema, e ela queria também. Aos 19 anos  no carnaval de 69 conheceu aquele Rapaz de  Jacareí, com seu charme e meu pai quando viu minha mãe toda faceira, negra com seu magnetismo todo especial, não deu outra, deu aquele chamado click , sim deu bom!

Minha Mãe e Meu Pai

Ah! um detalhe, quando minha mãe casou com meu pai ela disse: Não falei que eu não casaria com ninguém de Piquete? ( cidade natal dela, onde tinham muitas viúvas de homens que morriam nas explosões dessa empresa)

Seis meses depois estavam casados, tiveram seus desafios financeiros, 3 filhos, o amor por suas mães era muito grande, meu pai com Melinha e minha mãe com a senhora amada por todos Maria do Carmo, sua mãe.

Em 86 aconteceu algo que a minha mãe quis evitar casando com homem da outra cidade, mas o  destino disse para ela não adiantou correr, você vai vivenciar isso.

Meu pai teve um acidente devido a uma implosão de uma caldeira na empresa que trabalha a quase 25 anos.

Minha mãe ficou viúva com 35 anos a mesma idade da minha avó.

Ah um detalhe, meu pai morreu um mês e alguns dias depois que a sua mãe Melinha morreu de câncer.

Depois que conheci constelação

Minha mãe cresceu vendo a tristeza e as dores de uma viuvez da sua mãe, que teve de se virar nos 30 depois que perdeu seu marido, os sacrifícios começaram: a fome, os trabalhos de lavadeira e passadeira para as madames da cidade, da pequena cidade de Piquete o ser auto didata para aprender a costurar .Os filhos ainda crianças saindo para trabalhar, fez diferente de seu pai, todos os filhos permaneceram com ela.

Mas a alma da minha mãe olhava para aquela dor da minha avó, e conscientemente cresceu dizendo que não queria casar com homem de Piquete, para não repetir tal dor.

Mas, a sua alma já tinha feito a promessa que ficou alojada no insconsciente por muito tempo, de ser são fidedigna aquela dor que mais tarde faria e sofrer igualzinha a sua mãe, a alma dela possivelmente disse:

Eu sigo você mãezinha (como ela a chamava)  eu sigo você na sua dor.

Eu serei forte igual a você

você não vai sofrer sozinha.

Eu serei viúva como você, assim serei digna de ti.

E assim ela seguiu.

 

Quanto ao meu pai, ele tinha um amor incondicional pela sua mãe, quando adolescente e o Querido Velho, meu avô bebia e queria perturbar a minha avó, ele a defendia, usava da criatividade para assustar meu avô; como fazer um rádio ligar sozinho, arrastava chinelos no corredor para parecer que tinha fantasmas na casa. ele não gostava de brigas, tudo isso, pois sabia que não podia enfrentar seu pai para não maltratar a sua mãe, meu pai era uma espece e anjo da guarda da minha avó Mélinha.

Ele tinha uma preocupação imensa quanto a sua mãe,  e a minha mãe era o braço direito do meu pai, minha mãe aos 22 anos cuidou da minha avó que teve um AVC, de mim, da minha irmã, do meu pai, de 2 cunhados folgados e uma  te cuidar de uma sobrinha do meu pai de 7 anos.  Se fosse eu teria pedido o divórcio rs. Mesmo assim ele continuava amando mais a Melinha e minha mãe mais a Senhora Maria do Carmo.

Meu pai provavelmente fez a promessa inconsciente quando era garoto:

Mãe eu vou cuidar de  você até morrer

Vou casar com alguém que te ame e cuide de você como eu gostaria de cuidar

Eu não vivo sem você

Eu te sigo na sua morte

Promessas inconscientes Cumpridas

Em 86 aos 44 anos meu pai, no dia 26 de setembro perdeu para a morte a querida Melinha.

Dia 26 de outubro aconteceu o acidente do meu pai e dia 21 de novembro do mesmo ano ele morreu (naquela época considerada o dia do Zumbi dos Palmares, que mais tarde institulada dia da consciência nega dia 20) ele que gostava tanto de negros, melhor de negras rs morreu devido uma implosão, não foi uma explosão como acontecia em Piquete, mas matou aquele homem que não era da terra natal da minha mãe. E ela aos 35 anos ficou viúva como sua mãe, Maria do Carmo.

Conclusão:

O amor grandioso e cego (termo usado na constelação para o amor sofrido que algo a qualquer custo e sem medidas) por suas mães fizeram se cumprir um destino que estava em ressonância com a dor.

Sempre me perguntam quando conto esta história de amor; se eles tivessem noção do tamanho do amor deles pelas suas mães  se poderiam ter mudado tais fatos?

Eu te pergunto: O que você acha?

 

Quando achamos que nossos pais não tem a capacidade de cuidar de seus fatos com início , meio e fim. Temos a vontade de consertar, imitar, cuidar como se eles fossem menores, ou quando arrogamos pensando que somos melhores que eles. Abrimos espaços para repetir ou experiênciar vivenciar doloridas e desnecessárias, sim desnecessárias , pois não muda os fatos já vividos pelos pais, e ao contrário só aumenta a dor.

Olhar para toda essa história e pensar foi assim, foi assim.

 

Deixo este texto em homenagem aos meus queridos Avós e meu amados pais, na minha vida vocês estão presentes em mim. Gratidão.

 

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Um abraço até a próxima.

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